O que faço...
O que faço com tudo isso? Zippo as memórias, abro as gavetas, releio as linhas que brotaram da inspiração? Uso o casaco mais colorido, encho os pneus, bicicleta para uma volta? E tem as horas mescladas, e tem os sonhos traçados numa trilha brilhante de quartzitos míticos, por de sol. Lá no alto. Sim, tem os mares, embaixo, nem precisa dizer. Os pereguns intensos nos barrancos, o limoeiro acanhado, aterros a ruir, ...o que posso com tudo isso se tudo ficou imóvel, a voz num eco, oco de tempos apressados, e de calma rural numa segunda feira especial, de chuva que chora. E tem para brisas, estradas em pó. O que faço com o céu cada vez mais infinito, intenso, se as vezes nem chego a netuno? Para que serve todo esse silêncio? Qual herança, qual poesia, qual gargalhada, que samba num triste e feliz, suado carnaval?
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