sábado, 26 de abril de 2025

Tramonto

Eu sei, eu o vi No foco do fogo, além do pequeno, sempre Mas que te enredou de surpresa, sem chance. Como um laço de labaredas. Foi apertado demais, no peito, te ouço até dizer Não, não reclama, constata, assim bem a seu jeito. Também nesse peito cheio de paixão morava um nó Trançado e traiçoeiro que eu sei, eu o vi nos silencios e também nas gargalhadas, consolo, também para mim. Também vi distâncias, compassos, mares de montanhas Nossas, de ferro, de todos, um pouco de felicidade e muitas, muitas grutas, insondáveis e quello tramonto, ma, peccato, era nuvoloso. Como ser mais o que mais não foi? No viés que era a viagem, das grandes Vc na métrica do tempo estático e vibrante Em pedra suada, lavada de luz, relampagou.

quinta-feira, 24 de abril de 2025

Cinquetempi

E canta em cada ângulo O som disperso, Memórias Notas de vozes Adornando agoras Marcha a ré, sétima lição prensada No tempo Inábil, calmo, caótico, presente, sem tempo Na teia de um conto lido Assim, do nada, a minúscula aranha. Nas silhuetas da sala, de tudo, as paredes Big bangs de tintas De olhar mais esperto. Um cenário ainda intacto, entranhas, de ruas Viagens do acaso, repassado, fatal. Uma gota certa e uma outra incerta. Goteira dentro, brinca. Lá fora serena Ou chove de novo.